terça-feira, 22 de maio de 2007

Sentidos...

Ruídos preenchem o espaço. Chávenas, talheres, conversas que se cruzam indiferentes.
O Nuno deseja-lhe bom apetite. Quem é o Nuno?
Telemóveis que tocam, vozes que encetam diálogos surdos, "como é que vai essa vida?" que vida? de quem? copos enchem-se, esvaziam-se entre trocas de palavras. Uma criança chora.
GOLO!!!! e as cabeças viram-se. Mais um telemóvel que toca, mais um "estou sim?", mais copos tilintam, SMS chegam, vozes que se levantam, talheres, sotaques misturados.
Um tambor ao fundo despropositado.
Gargalhadas, café que cai nas chávenas, gavetas que se abrem, vozes.
Nuno, Henrique, Joel, os braços que a servem e partilham com ela o outro lado do balcão corrido e testemunham a solidão e o copo vazio.
Mais um golo, mais cabeças que se viram, bocas abertas, olhares surpreendidos.
Um ecrã, uma bola, um relvado.
Golos, vários, azuis, vermelhos e verdes... olhos atentos, corações acelerados.
Copos alinhados, vozes, vozes, vozes, sons de talheres contrastam com um silêncio interior insuportável.
Um balcão corrido, o Nuno, o Henrique, o Joel, uma forma como qualquer outra para terminar um Domingo à noite... sem se sentir tão SÓ!
Porque não chove todos os dias!

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